Tudo começa com o barro. Esse barro é trabalhado com as mãos até que uma massa sem formas definidas se transforme em um objeto que seja ao mesmo agradável ao toque e ao olhar.
Na minha linha de produção, me utilizo de algumas ferramentas que auxiliam no fazer manual. Uma delas é o torno elétrico, que possibilita a criação de peças com formas cilíndricas. Outra ferramenta é o rolo de madeira, que molda o barro com formas achatadas.
Todas as etapas do processo são realizadas com muita atenção, priorizando o cenário de mínimo desperdício, a partir da reciclagem dos excessos das matérias primas utilizadas no ateliê. Isso se dá pelo fato de eu ser a pessoa que realiza todas as etapas de produção sozinha.
Para o barro se tornar cerâmica, ele precisa passar por uma alta temperatura de pelo menos 600 ºC. Para que isso aconteça levamos a peça ao forno completamente seca. O processo de secagem pode levar dias ou até mesmo semanas variando de acordo com o ambiente/clima.
Existem alguns tipos de queima dentro da cerâmica. Por aqui, utilizo a queima em forno elétrico. A primeira etapa da queima é feita em baixa temperatura (900 ºC) para aceitar o esmalte. A segunda etapa é feita com a peça já esmaltada, pronta para a queima de alta temperatura (1240 ºC).
*É importante informar que todos os esmaltes utilizados aqui no ateliê são totalmente atóxicos e podem ser utilizados para refeição tranquilamente.
Em 2013, entrei em contato com o fazer manual na faculdade de arquitetura Belas Artes, elaborando projetos e maquetes, lidando com materiais diversos e criando soluções de design funcional.
A partir dessa experiência, em 2017, encontrei a cerâmica como expressão artística. Fiz cursos de cerâmica nos SESCs Belémzinho e Pompeia e também aulas e vivência prática no ateliê da Magali Ercolin.
Em 2018 foi quando criei a CRU, concretizando de fato o ofício de ceramista.